Programa de Pós-Graduação em Ciências Humanas
URI permanente para esta coleçãohttps://repositorio.uricer.edu.br/handle/35974/38
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Resultados da Pesquisa
- Saberes, percepções e práticas vivenciadas pelos alunos do curso técnico em enfermagem da URI no Centro de Atenção Psicossocial álcool e outras drogas(2018) Cesaro, Daniela Lasari de; Silva, Carlos Antônio daEste estudo tem como objeto os Saberes, percepções e práticas vivenciadas pelos alunos do Técnico de Enfermagem da URI no Centro de Atenção Psicossocial álcool e outras drogas ( CAPS ). CAPS é um serviço de base comunitária, criado para regular a atenção em saúde mental no país, cujo atendimento tem caráter interdisciplinar, em sua equipe mínima, deve contar com Enfermeiro e Técnico de Enfermagem. Assim, as ações de enfermagem neste dispositivo são importantes para que o mesmo funcione a contento e de acordo com a Reforma Psiquiátrica. Os objetivos deste estudo foram: descrever as tecnologias de cuidar na educação em saúde na área da saúde mental, ofertadas pelos alunos do curso técnico de enfermagem aos usuários do serviço, durante a realização do estágio no CAPS AD, identificar as quais as percepções preexistentes e as adquiridas pelos alunos do curso técnico em enfermagem no processo ensino/aprendizagem na área da saúde mental, a partir dos significados da realização do estágio no CAPS AD e por fim caracterizar as mudanças de comportamentos e modo de pensar sobre a temática sofrimento psíquico e paciente usuário do CAPS AD sob a ótica dos alunos. A população deste estudo serão alunos do curso técnico de enfermagem através dos relatórios finais do estágio curricular da disciplina de Saúde mental no CAPS AD. A coleta de dados acorreu por meio de 3 etapas. A primeira foi a leitura dos relatórios de estágio, que se deu pela busca da informação nos relatórios, sendo que era proposto aos alunos descreverem no relatório de final de estágio as práticas que haviam desenvolvido, as percepções e saberes adquiridos durante o decorrer do estágio no CAPS, assim torna-se possível encontrar embasamento para a realização do estudo em questão. A segunda objetivou analisar os dados encontrados a fim de contribuir para que novos saberes sejam elaborados com as práticas de cuidados já implantadas. Os resultados apontam que os profissionais de enfermagem desenvolvem ações que incluem os cuidados elementares de enfermagem e cuidados voltados para a reabilitação psicossocial. A equipe de enfermagem realiza atividades internas no CAPS e atividades extramuros, desenvolve suas ações usando ferramentas para um cuidado terapêutico que converge para a desinstitucionalização e reinserção social. Diante da problemática do uso abusivo de substâncias e da importância da atuação da enfermagem nesse campo, faz-se necessário durante a formação de alunos do curso Técnico em Enfermagem que se proporcione momentos, vivências, que possam demonstrar a importância e a necessidade de rever muitos conceitos preestabelecidos, métodos de como lidar com o sujeito, com o sofrimento psíquico, podendo assim refletir sobre a essência da prática da enfermagem que é o cuidado, dessa forma não focar na doença do paciente e sim propiciar espaços de produção de saúde, reinventando os modos de cuidar e prestar a assistência de enfermagem levando em conta o cuidado biopsicossocial. Conclusão: Os achados da pesquisa apontam para a necessidade da equipe de enfermagem buscar e se interessar para realizar um bom cuidado em saúde mental e através das vivências e sensibilização de futuros profissionais de enfermagem tornar isso possível, fazendo dos profissionais de enfermagem pessoas que lutam para que haja dignidade no tratamento e na assistência das pessoas em sofrimento psíquico, uma vez que são responsáveis em fazer valer uma mudança de lógica assistencial, qual seja, a mudança do modelo manicomial para o psicossocial.
- O manicômio em nós: desafios para a consolidação da reforma psiquiátrica brasileira(2018) Magnan, Gabrielle; Biasus, FelipeO presente estudo, de cunho exploratório e método hermenêutico, objetivou realizar uma análise a respeito do conceito de lógica manicomial, investigando se, de alguma forma, as ações ofertadas pelos serviços abertos de saúde mental no Brasil ainda reproduzem esta forma de cuidado, mesmo após todas as conquistas obtidas na área nas últimas décadas. Para tanto, descreveram-se os avanços e retrocessos da Luta Antimanicomial e da Reforma Psiquiátrica Brasileira, com vistas a identificar, na atualidade, quais são as práticas assistenciais que ainda replicam este modelo, obsoleto e ineficaz, assinalando os possíveis desafios para a sua superação. A metodologia utilizada foi o levantamento bibliográfico, nas bases de dados Lilacs, Scielo e Portal de Periódicos Capes, de artigos publicados em língua portuguesa, nos últimos 5 (cinco) anos. Por meio da compilação dos dados obtidos, como resultados, verificou-se que o ‘circuito especial’ onde o sujeito em sofrimento psíquico pode transitar aumentou nos últimos anos, porém, sua reinserção social, de fato, ainda não foi possível, pois sua liberdade se mantém reduzida aos poucos locais que o ‘aceitam’. Isso se deve, especialmente, aos (des)interesses políticos e econômicos, (des)interesse e forma de atuação de profissionais e gestores, assim como pelas dificuldades na consolidação das Redes de Atenção à Saúde, especialmente a Psicossocial, fatores que contribuem, sobremaneira, para manter vivo ‘o manicômio em nós’, que teima em aniquilar existências e produzir relações sociais que não suportam a diferença.