Gritos mudos: cartografando vidas que (r)existem na prisão

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2018

Resumo

Este estudo teve como objetivo compreender os modos de subjetivação e as estratégias de resistências dos sujeitos que estão privados de liberdade em um presídio no interior do Rio Grande do Sul. Assim, este trabalho surge da necessidade e da pretensão de produções de vida no cárcere, e desconstrução de comportamentos já cristalizados e moldados pela institucionalização. Para tanto, o procedimento metodológico seguido foi o método cartográfico. A cartografia é um método de pesquisa-intervenção no qual o pesquisador mergulha no campo e se mantém atento ao que não e aos seus jogos, aos movimentos e cadernos/diários e diário de campo. Cartografar na prisão produziu efeitos instituintes, tornando o cárcere menos aprisionador ao criar espaços de acolhimento, vínculo e liberdade, que se constituíram no grupo grupo-dispositivo e nos cadernos/diários, sendo que estes dois dispositivos configuraram-se como potência de vida na construção de subjetividade e resistência ao processo de perdas intrínsecas ao aprisionamento. A maioria dos participantes reconhecem na família e na espiritualidade duas principais forças de resistências ativas diante das péssimas condições de vida, das experiências de violência, da falta de perspectiva e a subjugação às incontáveis privações. Diante do arrazoado exposto, percebe-se que o preso cria sua estratégia de (r)existir, pois é a partir da própria circunstância adversa que ele encontra força para transformar seu mundo.

Instituição

Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões

Departamento

Ciências Humanas

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