Ciências da Saúde
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- Morte encefálica: atuação do enfermeiro no processo de doação de órgãos(2024) Pavan, Ana Júlia; Dallagnol, PaulaIntrodução: A morte encefálica é definida como óbito permanente, irreversível e verídico, configurando a parada de todas as funções do cérebro e mesmo que haja a funcionalidade hemodinâmica, o prognóstico é reservado. Ao ser constatado o óbito, os órgãos e tecidos podem ser submetidos à doação, sendo esta compreendida como um ato onde o indivíduo expressa a vontade de doar, podendo ocorrer com ele vivo ou após o falecimento. Em 2023, no período de janeiro a junho, o Brasil teve 1,9 mil doadores, dispondo da maior taxa nos últimos dez anos em igual período, porém segundo o boletim de notificação da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), havia 6.793 potenciais doadores e somente 1.930 foram efetivados. Supondo que fatalidades e acidentes ocorrem com frequência, muitos órgãos sadios poderiam ser retirados e destinados a um novo receptor, já que vivemos a realidade de que pessoas morrem a todo o momento e outras esperam, anos a fio, por um órgão que salve sua vida. Objetivo geral: Descrever a atuação do enfermeiro no processo de doação de órgãos na condição de morte encefálica. Objetivos específicos: Identificar as barreiras no processo de trabalho do enfermeiro para uma doação de órgãos efetiva; Elencar as potencialidades que o enfermeiro oferece no processo de doação de órgãos, caracterizando a sua atividade no âmbito profissional. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa qualitativa, cujas informações foram obtidas por meio de revisão integrativa de literatura. Para o desenvolvimento da mesma, utilizar-se-á da estratégia PICo, Papel do enfermeiro (P- População); Doação de órgãos na morte encefálica (I- Intervenção); Hospital/UTI (Co- Contexto) compactuando para a origem da questão norteadora: Qual o papel/atuação do enfermeiro no processo de doação de órgãos na morte encefálica. A busca foi realizada nas plataformas da BVS, PUBMED, Google Acadêmico no período compreendido de 2014 a 2024. Foram incluídos artigos na íntegra, em qualquer idioma e excluídos os textos que não são artigos, os artigos de revisão, artigos repetidos, e que não respondem à pergunta da pesquisa, com texto incompleto e artigos pagos, resultando em um total de seis artigos. Discussão: A partir da busca de artigos que atendessem a metodologia utilizada para seleção dos estudos, foram obtidos como resultados textos que: Enfatizam a resistência na confiança pública e profissional perante as doações e o sistema de transplante, além da insegurança do conhecimento sobre o processo e os aspectos técnicos e éticos da doação; As ideias contrárias ao diagnóstico de ME pelos familiares, pode condicionar a dificuldade na hora de informar a família sobre o óbito do ente e em digerir as reações que os parentes possam vir a ter; A definição de cuidado ao paciente em ME é compreendida pelo enfermeiro como algo delicado, de difícil execução, que exige atenção integral e que necessita de práticas organizativas de cuidado para manter a estabilidade hemodinâmica e as alterações fisiopatológicas do paciente em ME potencial doador; A implementação de um novo modelo organizacional que destaca o enfermeiro como um profissional crucial para a aquisição de órgãos e tecidos; Os enfermeiros relatam limitação de infraestrutura e intensidade de atendimento, além de ter muitas demandas no setor que interferem no cuidado prestado aos pacientes potenciais doadores; O apoio e a externalização do conhecimento específico sobre os procedimentos no contexto da captação de órgãos, podem animar o familiar a decidir e acolher a doação, sendo esse diálogo uma das fragilidades acometidas pelos profissionais de enfermagem. Conclusão: Pode-se concluir que os anos antecedentes padecem de um trabalho construtivo e crescente, enfatizando novamente, a necessidade de uma atenção minuciosa em relação às condutas que englobam todos os indivíduos nesse processo; paciente, familiares e enfermeiros.